
Na carta aos gálatas, o apóstolo Paulo diz que “Cristo nos redimiu da maldição da lei” (Gálatas 3:13). Mas o que isso significa? Será que Paulo disse que a Lei é maldita?
Quando observamos o contexto dessa passagem, vemos que Paulo estava contrastando as Duas Alianças: A Aliança feita no Sinai por intermédio de Moisés e a Aliança de Cristo. Os gálatas não queriam se submeter à Lei de Cristo, eles queriam seguir a Velha Aliança: Eles estavam observando as prescrições de Deus dadas exclusivamente ao povo israelita (Gálatas 3:1-5). Eles pregavam que os cristãos deveriam ser circuncidados (Gálatas 5:2-4). Desse modo, estavam desprezando o sacrifício de Cristo, que havia Se entregado para libertá-los (e a nós também) das exigências da Lei (Gálatas 3:13; 5:1).
No capítulo 3, Paulo diz que o patriarca Abraão foi considerado justo pela fé, não por meio da observância da Lei, haja vista que ele foi considerado justo antes de receber a circuncisão (vv. 6-8). Portanto, só são seus filhos aqueles que têm a mesma fé dele, e não aqueles que observam a lei (v. 9). Mas, aqueles que insistem em cumprir a Lei, estão obrigados a cumpri-la inteiramente, pois a Lei diz: “Maldito quem não puser em prática as palavras desta lei” (Deuteronômio 27:26; Gálatas 3:10). Como é impossível cumprir tudo, sem derrapar em um único mandamento (cf. Tiago 2:8-13), aquele que se propõe a cumprir toda a Lei será amaldiçoado.
A boa notícia é que Cristo Se fez maldição por nós ao morrer na cruz no nosso lugar, pois a Lei dizia: “Qualquer que for pendurado num madeiro está debaixo da maldição de Deus” (Deuteronômio 21:23). Desse modo, Cristo nos libertou das exigências da Lei. Veja:
“Já os que são pela prática da lei estão debaixo de maldição, pois está escrito: ‘Maldito todo aquele que não persiste em praticar todas as coisas escritas no livro da Lei’. É evidente que diante de Deus ninguém é justificado pela lei, pois ‘o justo viverá pela fé’. A lei não é baseada na fé; pelo contrário, ‘quem praticar estas coisas, por elas viverá’. Cristo nos redimiu da maldição da lei quando se tornou maldição em nosso lugar, pois está escrito: ‘Maldito todo aquele que for pendurado num madeiro.'” (Gálatas 3:10-13)
Paulo não está dizendo que a Lei é maldita, mas que a Lei trazia uma maldição (para aqueles que não a cumpriam por completo, ou seja, para todos, porque ninguém era capaz de cumpri-la plenamente) da qual Cristo nos libertou ao se tornar Ele mesmo maldição por nós.
Em sua carta aos romanos, Paulo disse que, uma vez que Cristo morreu e ressuscitou por nós, nós agora pertencemos a Ele e estamos sujeitos às leis Dele, e não às leis da Antiga Aliança: “Assim, meus irmãos, vocês também morreram para a lei, por meio do corpo de Cristo, para pertencerem a outro, àquele que ressuscitou dos mortos, a fim de que venhamos a dar fruto para Deus” (Romanos 7:4).
Por isso, devemos levar a sério as repreensões que Paulo deu aos gálatas para que não cometamos os mesmos erros deles. Nós não estamos debaixo da Lei mosaica, estamos debaixo da Lei de Cristo. Portanto, devemos viver como pessoas libertas da Antiga Lei; caso contrário, nos separaremos de Cristo e cairemos da graça: “Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçam firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão… Vocês, que procuram ser justificados pela lei, separaram-se de Cristo; caíram da graça” (Gálatas 5:1,4
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